domingo, 29 de março de 2009

agora, também, em

www.zero-horas.blogspot.com

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

como contemplei em ti o canto dos pássaros sobre as montanhas e sob as árvores, não poderei nunca mais saber como, eu juro. se um dia julguei ver-te por aqui, por onde queria que passasses sem pisar as flores, e pude mesmo ver-te na colinas e nas árvores de fruto e no trilho que me leva a casa, não poderei nunca mais saber como, eu juro. quando isso se revela um engano, só no engano quero jazer, sem força para segurar as pernas, caminhar com elas e aguentar o meu pobre coração, pesado e mísero; mas será mais fácil agora, coração, eu juro; agora que o relógio não marca algum beijo. e poderemos sempre recordar que quando a conhecemos o seu cabelo ainda era mar, o céu ainda acordava a Primavera, e os seus olhos o sol num raiar.

passo discorde

Talvez agora seja tarde,
Agora que passa da meia-noite um dia;
Talvez agora o tempo já tenha findado,
O sol já tenha nascido sob a tranquilidade
E talvez a tranquilidade já tenha passado.
Talvez agora seja altura de ir para casa,
Agora que a boleia já se foi;
Talvez agora a oportunidade já tenha fugido,
A lua já tenha nascido sob os sonhos
E talvez os sonhos já tenham acordado.
Talvez agora deva regressar para quem espera,
Agora que a delonga a cessou;
Talvez agora a demora tenha sido longa,
O mundo já tenha nascido do lado vago
E talvez o lado vago já se tenha acertado.

Talvez agora caminhe para sempre, perdido durante anos;
Chegando a casa nunca e nunca comendo o jantar:
Um espaço vazio por entre enleios,
Sem horas, sem receios, sem pedidos:
Sou o passo discorde e eternamente obsoleto do teu olhar.

quinta-feira, 1 de janeiro de 2009

são turvas as lágrimas que caiem de cândido rosto. são imaculados os desejos de menina inocente; o batel ainda te traz um pouco de felicidade, anunciando uma nova quimera. mas não chores, sonhadora, em triste sina, por lamentares todos os teus sonhos, que por serem fantasiosos em demasia, te chegaram já um pouco traídos. a viagem fez mal à utopia, alagou os doces antes de te chegarem às mãos. mas não chores, pequena. são mais de mil os homens, ou mesmo mais do que os teus pardos sonhos, que choraram impropérios como tu. nenhum deles voltou a renegar a cruel vida, o vil da zombaria. todos se apaziguaram, erguendo as mãos ao céu, por ainda terem pernas capazes de irem lavar o seu rosto choroso ao rio.

quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

Gostava de poder apagar as luzes de todas as divisões da casa e sentir que nada me envolvia senão eu. Se este ser que me acompanha, enublado e negro, refizesse a sua vida e deixasse o meu longo percurso livre eu seria mais feliz depois de secar as lágrimas. Ler que estarei aqui para sempre não me resolve as insónias; o teu beijo não me acalma a alma. Eu preciso de algo que não tu. Preciso de sentir que o café me vai aquecer tanto como os sonhos. Preciso…
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ainda te quis ver para além do horizonte:
riso, bela e de beijo em lábios
mas o teu corpo já não sabe ao que eras
e da tua alma nem restia de ti.
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sábado, 29 de novembro de 2008

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28. 11. 08

sexta-feira, 28 de novembro de 2008

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este sentimento é contingente:
hoje não me apetece amar-te.
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domingo, 23 de novembro de 2008

É destes passos o reflexo que sempre tentei quebrar. Pedaços da tua face desfeita nos bocados deste, mas das minhas mãos laços que prendem para uni-los. Para que opulento o teu beijo seja em mim, será quimera ver-te sem fendas. Como sol radiante nas manhãs de Novembro, suave, breve mas intenso, como sonho diurno; mas é assim que te vejo: nada que me inteire compense, nada que me cicatrize. Que é destas horas o pesar sentido mas do bem nem o sustento.
Serão para sempre lembradas as coisas que não te quis verbalizar mas que permanecem tão vivas em mim como se tivessem nascido hoje ou o meu choro fosse corrente na sua sepultura.